“Ações de curto prazo são essenciais: é preciso diminuir o desmatamento — e quanto a isso não tem conversa.”
Tatiana Schor
Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas e professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
“É necessário sentar à mesa a academia, a filantropia, governos e empresas para que o Brasil desponte como liderança em uma economia de baixo carbono.”
Renata Piazzon
Instituto Arapyaú
Desafios relacionados à conservação socioambiental na Amazônia:
- Pouco conhecimento disseminado sobre a importância ecológica e socioambiental da Amazônia por parte da sociedade em geral, operadores do direito e legisladores, gestores, empreendedores e investidores.
- Emergência climática: aumento alarmante na temperatura média global, com consequências que podem ser irreversíveis para o planeta.
- Altos índices de desmatamento e aumento das queimadas da floresta amazônica, sem que haja compromissos políticos efetivos para contê-los.
- Disputas políticas e normativas em torno da regularização fundiária, com implicações na fiscalização de infrações ambientais e em conflitos agrários.
- Aumento da pressão sobre uso de recursos minerários sem a regulação e controle devidos.
- Forte presença de grandes empreendimentos de infraestrutura e atividades econômicas de altíssimo impacto socioambiental.
- Política ambiental comandada por forças políticas e militares descompromissadas com a questão e tecnicamente inapetentes na preservação e regeneração da floresta, marcada pela desconstrução de políticas públicas de fiscalização ambiental na região e o esvaziamento do Fundo da Amazônia.
- Pouca inclusão da sociedade local nas discussões sobre conservação socioambiental e enfrentamento às mudanças climáticas.
Mais de 580 km² de devastação na Amazônia Legal foram registrados em abril de 2021, o que representa um crescimento de cerca de 43% no desmate em relação ao mesmo mês de 2020, que foi de 406 km².
Não há dados sobre a destinação fundiária em 28,5% da Amazônia Legal e, entre 2017 e 2020, sete leis fundiárias no território sofreram mudanças para favorecer a privatização de terras públicas.
Fonte: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)
Caminhos para maior contribuição do ISP neste eixo:
Ampliação do conhecimento sobre o bioma amazônico
Se é uma necessidade promover maior conscientização da população em geral – e, em particular, por legisladores, operadores do direito e gestores da iniciativa privada –, é de grande importância que os atores do ISP se mobilizem a produzir conhecimento sobre a conservação e o uso sustentável da floresta. E, ao atuarem nesse sentido, também formularem boas estratégias de comunicação do conhecimento gerado, seja para conscientização da população, seja para sedimentar estratégias de advocacy pela conservação da floresta.
Desenvolvimento de iniciativas inovadoras de “aproveitamento da floresta de pé”
Com o intuito de demonstrar a tomadores de decisão em diversos setores o potencial de aproveitamento econômico sustentável do bioma e comprovar a viabilidade econômica desse tipo de investimento. Para tal, podem ser combinadas estratégias distintas, como o fomento a negócios de bioeconomia, fortalecimento comunitário, comunicação, advocacy voltado ao fomento de negócios de impacto e articulação com o setor produtivo.
Investimento em estratégias de regeneração
Podendo ser voltadas ao desenvolvimento de novas tecnologias eficientes e sustentáveis para o meio ambiente e a população local, também potencialmente abrangendo práticas agrícolas, visando garantir a conservação do solo, a retenção de água, a recuperação da biodiversidade e o sequestro de carbono (processo de remoção de gás carbônico da atmosfera – que ocorre em oceanos e florestas, a partir da captura do CO2, transformado em oxigênio).